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Ponte Preta: Reconstrução do Majestoso Avaliada em R$ 400 Milhões – Impacto e Futuro

Por Redação FutPonte em 04/11/2025 21:02

A imponente cifra de R$ 400 milhões foi revelada como o custo estimado para a "reconstrução geral" do Estádio Moisés Lucarelli, o lar da Associação Atlética Ponte Preta. A notícia, divulgada nesta terça-feira, 4 de novembro, pela Quadra Capital, parceira do clube na iniciativa e renomada empresa de gestão de recursos, acende um debate sobre o futuro da Macaca e a viabilidade de um empreendimento de tal magnitude.

A Quadra Capital, através de sua assessoria de imprensa, enfatizou seu papel inicial no projeto. "O desenvolvimento do projeto foi integralmente custeado pela Quadra e representa o primeiro passo de uma iniciativa de valorização do patrimônio da AAPP, contribuindo para engrandecer ainda mais a longa história do clube", declarou a empresa, ressaltando o compromisso com o legado da Ponte Preta .

Entretanto, a concretização dessa visão ambiciosa não é imediata. A Quadra Capital esclareceu que "a execução do projeto ainda depende de aprovações internas da AAPP e dos órgãos públicos competentes, o que se espera que ocorra ao longo dos próximos meses. Uma vez aprovado o projeto final, as obras de modernização do Estádio devem durar entre 24 e 35 meses a um custo estimado da ordem de R$ 400 milhões." Este cronograma sugere um horizonte de médio a longo prazo para a transformação do Majestoso.

O Vultuoso Investimento e a Parceria Estratégica

A parceria com a Quadra Capital, uma gestora de recursos por meio de fundos de investimento, é um pilar central para a proposta de revitalização do patrimônio alvinegro. O financiamento inicial do projeto pela empresa indica uma aposta significativa no potencial do clube e de seu estádio, buscando, conforme a própria Quadra, não apenas modernizar, mas também valorizar os ativos da Associação Atlética Ponte Preta .

A expectativa de um período construtivo que pode se estender por quase três anos, após as devidas liberações, coloca em perspectiva os desafios logísticos e operacionais que a Ponte Preta enfrentará. A complexidade de um projeto que visa uma "reconstrução geral" exige um planejamento meticuloso e uma execução sem falhas para evitar interrupções ou atrasos que poderiam comprometer a performance do time em seus jogos como mandante.

Ponte Preta: Reconstrução do Majestoso Avaliada em R$ 400 Milhões – Impacto e Futuro
Foto: (Alexandre Henrique)

A Essência do Majestoso: Preservação e Patrimônio Histórico

Um dos pontos cruciais do plano é a garantia de que "a identidade do estádio será mantida, resguardando seus elementos arquitetônicos e culturais". Esta promessa é fundamental, especialmente considerando o tombamento do Majestoso em 2011. Naquela ocasião, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC) estabeleceu diretrizes claras sobre o que deve ser preservado.

Elementos como a fachada externa, incluindo suas icônicas duas torres, a entrada principal, o salão nobre Pedro Pinheiro e as escadas internas que dão acesso aos andares superiores, foram listados como patrimônio inalienável. A manutenção desses aspectos históricos será um desafio para os arquitetos e engenheiros encarregados de modernizar a estrutura sem descaracterizá-la.

Até o momento, os detalhes visuais do projeto, o modelo de negócio que sustentará o investimento e as imagens da futura estrutura não foram divulgados publicamente. A diretoria da Ponte Preta , através de sua assessoria, prometeu uma coletiva de imprensa durante a semana para apresentar mais informações sobre o ambicioso empreendimento.

Cenário Político e Econômico: O Anúncio em Perspectiva

O timing do anúncio da reconstrução do Majestoso não passa despercebido. A revelação ocorreu logo após a chapa "77", representante da situação atual, ser a única registrada para as eleições do clube, com prazo final na última sexta-feira, para o pleito de 20 de novembro. O nome da chapa, uma alusão aos 77 anos do estádio, é interpretado por seus apoiadores como um símbolo do resgate da identidade histórica da agremiação.

Este movimento estratégico acontece em um momento delicado para a Ponte Preta , que enfrenta notórias dificuldades financeiras. Apesar de ter conquistado o título da Série C do Campeonato Brasileiro, o elenco convive com salários atrasados ? alguns atletas sem receber desde junho, e a comissão técnica com pendências desde maio. A diretoria tem justificado esses atrasos alegando bloqueios em contas, o que impede o cumprimento dos compromissos.

Moisés Lucarelli: História, Capacidade e Desafios Atuais

O Estádio Moisés Lucarelli, inaugurado em 12 de setembro de 1948, passou por diversas intervenções pontuais ao longo dos anos, como as reformas nos setores de camarotes e no vestiário dos visitantes. Atualmente, o laudo AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) mais recente atesta uma capacidade para 19.200 espectadores, um número que reflete as adaptações e exigências de segurança.

A história do Majestoso é rica em momentos memoráveis, com grandes públicos que marcaram época. O dérbi 212, pela rodada final do quadrangular decisivo da Série C, que viu a vitória alvinegra por 2 a 0, atraiu 17.363 torcedores. Esse número representa o nono maior público da história do estádio e a melhor marca dos últimos 17 anos, superando o público da final do Paulistão de 2008 contra o Palmeiras, que foi de 19.111.

O recorde absoluto de público do Majestoso remonta a 1970, em um confronto contra o Santos de Pelé. Oficialmente, 33.228 pessoas estiveram presentes, mas estimativas apontam que cerca de 45 mil torcedores, incluindo os que entraram sem ingresso e invadiram o campo, testemunharam aquele histórico 16 de agosto.

Apesar da grandiosidade do projeto de reconstrução, o Moisés Lucarelli carrega um ônus considerável: desde novembro de 2022, o estádio está penhorado. Esta penhora decorre de um processo na esfera cível relacionado a uma dívida com o ex-presidente Sérgio Carnielli, que busca reaver aproximadamente R$ 85 milhões, sem considerar as correções monetárias, referentes a empréstimos concedidos ao clube entre 2012 e 2021. Este passivo adiciona uma camada de complexidade e incerteza ao futuro do icônico palco da Ponte Preta .

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Bruno

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Comentado em 05/11/2025 01:21 Se a Quadra banca 400 milhões, é sinal de respeito e coragem do clube.
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Comentado em 04/11/2025 23:11 Tamo junto, vai dar certo esse projeto.
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