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Ponte Preta: Dívida de R$ 2,8 Milhões com Maguinho Reacende Alerta Financeiro
Por Redação FutPonte em 06/11/2025 07:09
A situação financeira da Ponte Preta ganha um novo e preocupante capítulo. O clube campineiro falhou em cumprir um acerto judicial firmado em agosto com o lateral-direito Maguinho, referente à rescisão de seu contrato. Este descumprimento, especificamente o atraso na primeira parcela do combinado, aciona uma cláusula que pode fazer com que a defesa do jogador, atualmente no América-MG, retome a cobrança integral da ação original, estimada em R$ 2,8 milhões.
A quantia inicial, que agora paira como uma ameaça sobre as finanças alvinegras, abrange uma série de pendências. Entre elas, estão dois meses de salários e direitos de imagem (referentes a junho e julho), sete meses de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não depositados, três meses de auxílio-moradia não pagos, além de diversas multas contratuais e outras obrigações não cumpridas pelo clube.
O acordo quebrado previa um montante significativamente menor, buscando uma solução amigável para ambas as partes. No entanto, a incapacidade da Ponte em honrar este compromisso reabriu uma ferida que parecia ter sido cauterizada, trazendo de volta um passivo de proporções consideráveis para a instituição.
As Implicações da Quebra do Acordo Judicial com Maguinho
A postura do atleta e de sua representação legal é clara diante da falha do clube. O advogado de Maguinho , Lucas Silva, expressou a frustração e a inevitabilidade de uma nova batalha judicial:
"O atleta buscou, de boa-fé, uma solução consensual com a Ponte Preta. Contudo, diante do não cumprimento do acordo, não restará alternativa senão retomar o caminho judicial para garantir os direitos do jogador."
O despacho judicial de 18 de setembro, assinado pelo juiz Ricardo Tsuioshi Fukuda Sanchez, da 12ª Vara do Trabalho de Campinas, detalha os termos do acordo que agora está em xeque. Maguinho deveria receber R$ 307.410,22 da Ponte, divididos em duas parcelas de R$ 153.705,11, com vencimentos em 26 de setembro e 11 de novembro. Adicionalmente, o acordo incluía o pagamento de R$ 27.600,00 para a regularização dos recolhimentos fundiários e R$ 33.501,00 destinados aos honorários advocatícios.
A decisão judicial era explícita quanto às consequências de um eventual descumprimento: o processo inicial, que abordava a dívida de quase R$ 3 milhões, seria restabelecido. Com o não pagamento da primeira parcela, essa ameaça se concretiza, e a próxima audiência entre as partes está agendada apenas para 5 de agosto de 2026, sinalizando um longo e custoso embate judicial.
O Padrão de Inadimplência e o Êxodo de Atletas da Ponte
Maguinho , que defendeu as cores da Macaca em 27 partidas na temporada, marcando um gol e contribuindo com uma assistência, tinha contrato válido até novembro de 2026. Sua saída antecipada, porém, foi motivada justamente pelas pendências financeiras. Este cenário não é isolado; diversos outros profissionais, incluindo o atacante Jean Dias, o zagueiro Emerson Santos, o volante Dudu e o técnico Alberto Valentim, também se desligaram do clube em meio a salários atrasados e outras dívidas.
A situação de Maguinho reflete um padrão que tem levado outros jogadores a buscar a justiça para assegurar seus direitos. O atacante Jean Dias , por exemplo, move uma ação no valor de R$ 795 mil. Everton Brito, outro atacante, cobra R$ 1 milhão, enquanto o zagueiro Wanderson reivindica R$ 343 mil. Nos casos de Everton Brito e Wanderson, cujos vínculos se estendiam até o final de março de 2026, as ações também pleiteiam a rescisão contratual, evidenciando a gravidade da situação.
Para facilitar a compreensão dos valores envolvidos no acordo original e nas novas demandas, apresentamos um resumo:
| Item do Acordo Original (R$ 307.410,22) | Valor | Vencimento |
|---|---|---|
| 1ª Parcela (Acordo) | R$ 153.705,11 | 26/09 |
| 2ª Parcela (Acordo) | R$ 153.705,11 | 11/11 |
| Regularização FGTS | R$ 27.600,00 | 11/11 |
| Honorários Advocatícios | R$ 33.501,00 | 11/11 |
O Contraste entre Sucesso em Campo e Desafios Administrativos
Paradoxalmente, em meio a esses desafios extracampo, a Ponte Preta alcançou um feito histórico. O clube não apenas garantiu o acesso, mas também conquistou o título da Série C do Campeonato Brasileiro, marcando o primeiro torneio nacional em seus 125 anos de existência. Este triunfo, embora celebrado, é ofuscado pelas recorrentes dificuldades administrativas e financeiras que continuam a assombrar a Macaca, levantando questões sobre a sustentabilidade e a gestão a longo prazo.
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