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Ponte Preta: Eberlin Revela 'UTI' do Clube e Projeta Retomada até 2026
Por Redação FutPonte em 14/11/2025 07:15
O balanço dos quatro anos de Marco Antonio Eberlin à frente da Associação Atlética Ponte Preta revela uma gestão marcada por desafios e autocrítica, conforme o próprio presidente detalhou em recente entrevista à rádio CBN Campinas. O dirigente não hesitou em apontar falhas, especialmente no que tange à montagem e manutenção do elenco, um aspecto crucial para a estabilidade de qualquer equipe de futebol.
Eberlin reconheceu que a incessante rotatividade de jogadores foi um dos maiores equívocos de seu período.
"A troca constante de elenco foi um dos erros. No passado eu mantive a mesma base por cinco ou seis temporadas, mas aqui não consegui repetir isso. Cheguei em 2022 com um elenco fraco, sem jogadores formados no clube, e precisei contratar em massa. Isso ficou inviável. A Ponte precisa voltar a revelar atletas", afirmou, sublinhando a necessidade premente de a Macaca retomar sua tradição formadora.
A análise crítica do presidente se estendeu a decisões técnicas e aos rebaixamentos. Ele expressou arrependimento por não ter tomado medidas mais drásticas após uma goleada sofrida para o Brusque e classificou a queda para a Série B como seu "maior erro". Contudo, ressaltou a capacidade do clube de se reerguer, mencionando os títulos conquistados e as melhorias estruturais como provas de superação.
"Sei que tenho muitas coisas que não consegui atingir como gostaria. O rebaixamento no Paulistão era difícil de evitar, mas o da Série B foi o meu maior erro. Ainda assim, conseguimos dar a volta por cima nas duas ocasiões, com títulos e melhorias estruturais", declarou.
A Autocrítica de Eberlin: Erros e Acertos na Gestão da Macaca
Apesar dos esforços, a situação financeira do clube permanece delicada. Eberlin utilizou uma analogia contundente para descrever o estado atual da Ponte Preta , comparando-a a um paciente em recuperação.
"A Ponte está na UTI, estava entubada no último ano e acredito que no próximo vai para o quarto de recuperação. Essa é a analogia para dizer que todo mundo precisa mudar. O caminho para resolver é longo e será feito através da organização", destacou, reforçando que a jornada para a plena saúde financeira e esportiva é árdua e demanda um planejamento minucioso.
O presidente enfatizou que os impactos de gestões anteriores ainda ressoam no presente da Alvinegra, e a reversão desse panorama será um processo gradual. A percepção de que
"Quando a bola entra, não está tudo certo. Quando a bola não entra, também não está tudo errado"serve como um alerta para a necessidade de uma análise mais profunda da saúde institucional, para além dos resultados imediatos em campo. O objetivo primordial, segundo ele, é assegurar a sustentabilidade do clube nos próximos anos.
O Diagnóstico da Ponte: Da UTI à Recuperação Financeira
A expectativa de uma melhoria definitiva, no entanto, é distante, exigindo paciência do torcedor pontepretano. Eberlin projeta um horizonte de reconstrução que se estende por mais de uma década.
"Isso não vai ocorrer imediatamente em 2026. Talvez as coisas comecem a melhorar definitivamente em 2034. Até lá todos os anos serão de reconstrução. O torcedor vai precisar de paciência, porque isso exige equilíbrio", ponderou o presidente, sinalizando que a estabilidade financeira e a competitividade virão a longo prazo.
Diante da supervalorização do mercado do futebol, o dirigente antecipa um futuro de austeridade para a Macaca. A inviabilidade de montar elencos caros, dada a fragilidade econômica do clube, exige criatividade e gestão eficiente.
"Não podemos prometer um time extremamente caro porque o clube está debilitado financeiramente. O que eu enfrentei em quatro anos não é 10% do que esperava. O futebol brasileiro está se tornando inviável. Vamos precisar arrumar a casa e usar da criatividade para competir", completou, delineando a estratégia para manter a Ponte competitiva com recursos limitados.
Paciência e Austeridade: A Visão de Longo Prazo para a Macaca
Apesar das adversidades e das autocríticas, a gestão de Eberlin também registrou avanços significativos em infraestrutura. Entre os pontos positivos, o presidente destacou uma série de obras realizadas tanto no Centro de Treinamento quanto no Estádio Moisés Lucarelli, incluindo reformas na pintura, modernização da iluminação, instalação de um novo telão e a criação de um alojamento dedicado à categoria Sub-20.
"Conseguimos melhorar muito a estrutura nos últimos anos. Fizemos um trabalho de base para o futuro", afirmou, enfatizando o investimento nas fundações do clube.
O futuro imediato de Marco Antonio Eberlin na presidência da Ponte Preta , contudo, ainda pende de definição. Embora sua chapa, a "77", seja a única registrada para o próximo pleito, a decisão final sobre quem ocupará a cadeira presidencial está agendada para após o dia 20. O cenário nos bastidores, conforme apurado por veículos de imprensa, indica Eberlin como um forte candidato à permanência, mas outros nomes, como Luiz Torrano, também são considerados.
Infraestrutura e Futuro Incerto: Quem Comandará a Ponte?
Independentemente do desfecho do processo eleitoral, Eberlin assegura seu comprometimento com a Alvinegra.
"Ainda não sei qual papel vou ter. Isso será definido apenas no dia 30. Temos nomes competentes e estarei sempre à disposição para ajudar a Ponte Preta", concluiu, reiterando sua lealdade à instituição e a disposição de contribuir, seja qual for a sua função.
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