Ponte Preta recorre à base para suprir lacunas no meio-campo

O cronograma de preparação da Ponte Preta para o Campeonato Paulista sofreu um revés contundente que coloca em xeque a competitividade da equipe na estreia. Com as atividades paralisadas desde o dia 22 de dezembro por iniciativa do elenco, que reivindica a regularização de pendências financeiras, o tempo de trabalho em campo tornou-se escasso. A expectativa é que o grupo retome os treinamentos apenas em 2 de janeiro, o que deixaria uma janela de apenas nove dias de preparação efetiva antes do primeiro compromisso oficial da temporada.

Até o momento da interrupção, o grupo comandado por Marcelo Fernandes acumulava cerca de duas semanas de condicionamento, tendo iniciado os trabalhos no dia 8 de dezembro. A instabilidade administrativa reflete diretamente no planejamento esportivo, forçando a comissão técnica a lidar com um cenário de incertezas enquanto o relógio avança implacavelmente contra os interesses do clube de Campinas.

Impacto da paralisação e cronograma da pré-temporada

Abaixo, detalhamos o calendário de preparação da Macaca, evidenciando o curto período de treinamentos caso a reapresentação ocorra conforme o planejado:

Além das dificuldades extracampo, a Ponte Preta enfrenta um processo de desidratação técnica em seu setor central. Recentemente, a equipe perdeu peças que eram consideradas fundamentais para a engrenagem do meio-campo. As saídas de Léo Oliveira, Lucas Cândido e Luiz Felipe abriram lacunas profundas, reduzindo drasticamente o leque de opções táticas para o treinador. Sem fôlego financeiro para buscar substitutos de peso no mercado, a diretoria se vê obrigada a olhar para dentro do próprio Majestoso.

Foto: (Divulgação)

A ascensão de Gustavo Telles diante das limitações financeiras

Nesse contexto de escassez, o jovem Gustavo Telles emerge como a principal aposta interna. O meio-campista de 20 anos, que já havia recebido oportunidades com Alberto Valentim e seguiu no radar de Marcelo Fernandes, ganha protagonismo forçado pela conjuntura atual. Com passagens pelas categorias de base do Bahia e experiências em clubes como Ipatinga e Rondoniense, Telles acumula 12 partidas pelo time profissional da Macaca após se destacar no sub-20.

A promoção e a manutenção do jovem no elenco principal não são apenas uma escolha técnica, mas uma necessidade estratégica. Enquanto a cúpula alvinegra tenta viabilizar contratações que caibam no orçamento limitado, a responsabilidade de dar sustentação ao meio-campo recai sobre os ombros de quem já conhece a casa. O desafio será transformar o potencial da base em solidez defensiva e criatividade ofensiva em um curto espaço de tempo.

Desafio imediato na Neo Química Arena

A urgência por definições no meio-campo e pela retomada dos treinos é acentuada pelo nível de dificuldade do primeiro jogo do ano. No dia 11 de janeiro, um domingo, às 16h, a Ponte Preta medirá forças com o Corinthians na Neo Química Arena. Enfrentar um adversário de elite com um elenco em formação e com baixa carga de treinamentos é um cenário que exige cautela e uma organização tática impecável para evitar um revés precoce na competição estadual.

A diretoria e a comissão técnica agora correm para tentar equilibrar as contas e o futebol. A aposta em soluções caseiras como Gustavo Telles pode ser o caminho para superar a falta de reforços externos, mas a eficácia dessa estratégia só será testada quando a bola rolar no gramado da capital paulista.