Serginho de saída? Paysandu sonda meia da Ponte Preta sob greve

O cenário nos bastidores do Estádio Moisés Lucarelli é de extrema incerteza e reflete uma gestão administrativa que caminha a passos lentos. Desde o dia 22 de dezembro, o elenco profissional da Ponte Preta optou pela interrupção total das atividades de campo. A paralisação é uma resposta direta ao descumprimento de obrigações financeiras por parte da diretoria, que acumula débitos salariais com os jogadores desde o mês de junho.

Embora a cúpula alvinegra tenha efetuado o pagamento de um mês de vencimentos atrasados recentemente, o gesto não foi suficiente para demover os atletas da decisão de manter a greve. O departamento de futebol e a comissão técnica agora trabalham com a expectativa de retomar a pré-temporada apenas no dia 2 de janeiro, o que reduz drasticamente o tempo de preparação para os desafios que virão no início do próximo ano.

Este ambiente de instabilidade financeira projeta sombras sobre a continuidade de peças importantes do plantel. O caso mais emblemático no momento é o do meia Serginho. Com o vínculo contratual se encerrando formalmente nesta quarta-feira, o veterano de 35 anos ainda não definiu seu futuro e observa atentamente as movimentações do mercado, ciente de que a realidade orçamentária da Macaca pode ser um impeditivo para um novo acordo.

Inadimplência financeira compromete planejamento da Macaca

A dificuldade em manter os pagamentos em dia tem sido o principal obstáculo nas negociações de renovação. No caso de Serginho , apesar de existir um interesse mútuo na permanência ? respaldado pela boa relação do atleta com o técnico Marcelo Fernandes, com quem trabalhou no Santos ?, as pendências financeiras travam qualquer avanço significativo. A diretoria vê a continuidade do meia com bons olhos, mas admite que qualquer acerto precisa estar rigorosamente dentro das limitações financeiras atuais.

Enquanto a Ponte Preta tenta organizar sua casa, outros clubes aproveitam a brecha para tentar o experiente jogador. O Paysandu é o principal interessado no momento. A equipe paraense, que se prepara para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, já realizou uma sondagem oficial para contar com o futebol do meio-campista. Até agora, as conversas são preliminares, mas a possibilidade de transferência ganha força diante do cenário de indefinição em Campinas.

Abaixo, apresentamos o retrospecto recente do atleta vestindo a camisa alvinegra, o que justifica o interesse de equipes rivais em sua contratação:

Foto: (Marcos Ribolli/ PontePress)

Calendário apertado e os riscos para a estreia em 2026

Se a previsão de retorno aos treinamentos para o dia 2 de janeiro se confirmar, a Ponte Preta terá um prejuízo técnico considerável. Após apenas duas semanas de trabalho inicial, iniciadas em 8 de dezembro, o grupo terá menos de dez dias de preparação efetiva antes da estreia oficial na temporada. O primeiro compromisso está agendado para o dia 11 de janeiro, um domingo, contra o Corinthians, na Neo Química Arena.

A falta de ritmo e o curto período de entrosamento sob o comando de Marcelo Fernandes podem ser determinantes para o desempenho da equipe no Campeonato Paulista. A situação de Serginho é apenas a ponta do iceberg de um problema estrutural que precisa ser resolvido com urgência, sob o risco de o clube iniciar o ano de 2026 em desvantagem competitiva perante seus adversários.

A diretoria alvinegra corre contra o tempo para regularizar as dívidas e garantir que atletas experientes, como o camisa 10, não busquem novos ares devido à falta de garantias financeiras. O desfecho da situação de Serginho deve ocorrer nos próximos dias, definindo se o meia seguirá no Majestoso ou se reforçará o projeto do Paysandu para a próxima temporada.