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Ponte Preta: Marcelo Fernandes apoia greve por salários atrasados
Por Redação FutPonte em 25/12/2025 13:05
O cenário no Estádio Moisés Lucarelli é de extrema tensão e incerteza. A instabilidade financeira que assola o departamento de futebol da Ponte Preta culminou em uma debandada de atletas e na suspensão total das atividades de campo. Até o momento, cinco jogadores já rescindiram ou deixaram o clube devido ao descumprimento de promessas salariais, evidenciando a fragilidade administrativa da atual gestão.
Abaixo, a lista de atletas que já se desligaram do elenco alvinegro em meio ao imbróglio financeiro:
| Jogador | Posição | Status Atual |
|---|---|---|
| Wallace | Zagueiro | Rescindiu contrato |
| Gabriel Inocêncio | Lateral-direito | Rescindiu contrato |
| Kevyn | Lateral-esquerdo | Deixou o clube |
| Léo Oliveira | Volante | Deixou o clube |
| Diego Tavares | Atacante | Deixou o clube |
Além dessas perdas, outros nomes importantes do elenco , como Luiz Felipe, estão na mira de concorrentes. O Náutico, por exemplo, manifestou interesse em contar com o atleta ainda este ano. A falta de garantias financeiras coloca em xeque a manutenção de uma equipe competitiva para a próxima temporada.
Debandada no Majestoso e o Desgaste do Elenco
O técnico Marcelo Fernandes, figura central na recente conquista da Série C, manifestou-se de forma contundente sobre a greve deflagrada pelos jogadores. Para o comandante, a atitude dos profissionais é uma resposta direta ao esgotamento de paciência diante de atrasos que, em certos casos, chegam a sete meses. O treinador afirmou que os
"atletas tomaram a decisão que tinha de ser tomada"em virtude da ausência de regularização das pendências por parte da cúpula alvinegra.
Em declarações à Rádio CBN de Campinas, Fernandes detalhou o sentimento que domina o vestiário neste final de ano. Segundo ele, o empenho demonstrado durante a competição nacional não foi retribuído com o mínimo de profissionalismo financeiro. O técnico foi enfático ao declarar seu apoio total ao movimento de paralisação.
- É uma situação muito chata. A gente estava fazendo uma pré-temporada muito boa. Mas não tem mais o que fazer. Os atletas tomaram a decisão que tinha de ser tomada. Eles aguentaram até o último momento. Fim de ano todo mundo quer comemorar com sua família. Essa situação de muitos meses de salários atrasados deixou todo mundo chateado - disse o treinador.
- Eles têm o direito de fazer isso por tudo o que passaram, tudo que entregaram. Eu apoio eles 100% em tudo o que estão fazendo, pois são jogadores que empenharam do começo ao fim, são comprometidos - completou.
Marcelo Fernandes Rompe Silêncio Sobre Atrasos
A situação de inadimplência não se restringe aos jogadores. O próprio Marcelo Fernandes e sua comissão técnica também enfrentam o descumprimento de acordos firmados durante a renovação contratual. O treinador revelou que promessas de quitação de débitos passados foram ignoradas pela diretoria, o que agrava ainda mais a relação de confiança entre o comando técnico e os gestores do clube.
- No meu caso e da comissão também, a gente renovou o contrato, eles combinaram para acertar algumas coisas do passado e também não acertaram. A gente tem um carinho e um respeito muito grande pela Ponte. A Ponte tem que se organizar, tem que ser referência no cenário nacional.
Apesar da tentativa da diretoria de arrefecer os ânimos com o pagamento de apenas um mês de salário na última quarta-feira, a medida foi considerada insuficiente. Funcionários do Centro de Treinamento, do Estádio e do Clube Paineiras seguem sem receber, inclusive o 13º salário. A sinalização dos atletas é clara: sem novos depósitos, as atividades só serão retomadas em 2 de janeiro.
Impacto na Preparação Para o Paulistão 2026
Com a estreia no Campeonato Paulista agendada para o dia 11 de janeiro, contra o Corinthians, o prejuízo técnico é imensurável. A interrupção da pré-temporada compromete o condicionamento físico e o entrosamento tático, colocando a Ponte Preta em desvantagem direta contra seus adversários. Marcelo Fernandes não escondeu sua preocupação com o curto calendário da competição estadual.
- Fico triste, a gente tem um campeonato difícil, com apenas oito datas para se classificar e também para não cair. Um time que tem um problema desse tão sério, de greve de jogadores no meio da pré-temporada, é ruim. Não poderia ter acontecido (...). Acredito que a diretoria vai equacionar isso o mais rápido possível para o problema acabar e a gente ter um ano de 2026 tranquilo.
O treinador relembrou o esforço hercúleo feito durante a Série C, quando o grupo, mesmo sem receber, manteve o foco para conquistar o título inédito. Ele destacou que o profissionalismo dos atletas foi o que garantiu o sucesso esportivo, apesar das adversidades extracampo que persistem até hoje.
- Fui bem sincero e franco com eles. Os problemas existiam e existem até agora. O que a gente vai fazer? Cruzar os braços e vai para casa? Ou conquistar o acesso e abrir portas para todos ali? Nós trabalhamos para os atletas. Nesse cenário, sem salário, é enaltecer o profissionalismo de todos, que aguentaram e se sujeitaram a muita coisa. Eles estão de parabéns. Foi um combinado de fatores.
A ironia desse cenário é que, mesmo após um feito histórico de 125 anos, os protagonistas ainda aguardam o reconhecimento básico. Fernandes mencionou, inclusive, que sequer recebeu a medalha de campeão, que deve ser entregue em uma futura reunião do Conselho.
- Eu só corro na subida (risos). A gente faz um esforço danado, vislumbrava receber o troféu no Majestoso lotado, com aquele papel picado, dar a volta olímpica. Mas teve a invasão, que também valeu pela emoção do torcedor. Não recebemos até agora a medalha, mas a festa da torcida está guardada no coração. Falaram que vão entregar (a medalha) em uma festa, em uma confraternização do Conselho do clube. A gente faz parte dessa história e fica muito lisonjeado. Foi um feito histórico.
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