Ponte Preta na Final da Série C: Análise da Estratégia de Marcelo Fernandes e Projeções para a Decisão

A primeira etapa da grande decisão da Série C do Campeonato Brasileiro foi concluída com um empate sem gols entre Ponte Preta e Londrina, no VGD. O placar de 0 a 0, registrado neste sábado, impõe um cenário de tudo ou nada para o confronto de volta. Após a partida, o técnico Marcelo Fernandes compartilhou suas impressões e a lógica por trás da abordagem tática da Macaca no gramado paranaense, delineando as expectativas para a finalíssima em Campinas.

A Tática de Contenção e o Olhar na Decisão em Casa

O comandante alvinegro elucidou que a estratégia primordial para o embate inicial visava retornar a Campinas com a possibilidade real de selar o título em seus domínios. A equipe adotou uma postura mais cautelosa, focando em neutralizar os avanços adversários e buscar oportunidades em transições rápidas, conforme o próprio treinador detalhou na coletiva pós-jogo.

- É final de campeonato, campo acanhado, gramado... Sabíamos de tudo isso. A gente sabia também que eles viriam para cima, então montamos a estratégia para puxar contra-ataques. Fomos um time mais precavido, mais lúcido. O importante era sair daqui com chances reais de decidir em casa - disse Marcelo, em entrevista coletiva após o jogo.

Esta abordagem, que priorizou a segurança defensiva, demonstra uma leitura do contexto de uma final fora de casa, onde um resultado que mantivesse a igualdade seria considerado aceitável para a decisão em seu estádio.

Gestão de Elenco e a Prevenção de Desfalques Cruciais

Um ponto de atenção durante a partida foi a gestão dos atletas que carregavam dois cartões amarelos, situação que os deixava a um passo de uma suspensão para o jogo final. Rodrigo Souza, Luiz Felipe e Elvis, peças importantes no esquema tático da Ponte, foram substituídos no decorrer do segundo tempo. A decisão, segundo Marcelo Fernandes, visava protegê-los para o embate derradeiro, evitando ausências forçadas em um momento tão crítico da temporada.

- Jogador quer jogar, mas também não quer perder a grande decisão. Então naquele momento eu aliviei para o Elvis, para o Rodrigo e para o Luiz Felipe , dando um gás novo para o meio também.

Esta movimentação tática reflete o cuidado em preservar o grupo principal para a partida decisiva, evidenciando a importância da profundidade do elenco e da capacidade de adaptação em momentos de alta pressão.

O Majestoso como Cenário da Glória: A Força da Torcida

Com o destino do título a ser definido no próximo sábado, dia 25, às 17h, no Estádio Moisés Lucarelli, a expectativa de Marcelo Fernandes se volta para o apoio incondicional da torcida pontepretana. O treinador fez questão de enaltecer o empenho dos torcedores que viajaram para Londrina e projetou um ambiente ainda mais fervoroso em casa.

- Os caras vieram, viajaram sete, dez horas para estar aqui, demoraram para entrar no estádio, fiquei sabendo disso. Não tem o que falar deles. Na nossa casa vão ser 19 mil para nos incentivar.

A presença massiva da Nação Alvinegra é vista como um fator determinante para impulsionar a equipe rumo ao objetivo máximo, transformando o Majestoso em um verdadeiro caldeirão de pressão para o adversário e de motivação para os atletas.

A Esperança de Contar com Jeh no Momento Decisivo

Outro tópico abordado pelo treinador foi a condição do atacante Jeh, ausente nos últimos quatro jogos (Náutico, Brusque, Guarani e Londrina) devido a uma lesão muscular na coxa esquerda. A possível recuperação do jogador para a finalíssima é tratada com cautela, mas a comissão técnica não mede esforços para tê-lo à disposição, mesmo que seja para integrar o banco de reservas.

- Todo mundo está trabalhando muito para levar o Jeh para esse último jogo. Ainda não tenho informação alguma. Até chamei o Jeh para uma conversa e disse sobre a importância da presença dele no banco até. É um esforço grande, mas ele tem uma contusão série. Eu deixei tranquilo que jamais o colocaria em risco. Mas, se puder contar com ele, será muito bem vindo - afirmou o técnico.

A eventual presença de Jeh , mesmo sem plena condição física, é vista como um impulso moral e uma alternativa tática valiosa, mas a prioridade é a recuperação completa e a segurança do atleta.

As Implicações do Empate para a Grande Final

O empate sem gols deixa a disputa pelo título completamente em aberto. A equipe que sair vitoriosa no tempo regulamentar será consagrada campeã da Série C. Em caso de uma nova igualdade no placar, independentemente do número de gols marcados, a decisão será levada para a disputa de penalidades máximas, adicionando uma camada extra de dramaticidade e imprevisibilidade ao desfecho da competição.