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Ponte Preta: Oposição Lança "Ponte Pode Mais" para Eleições de Novembro
Por Redação FutPonte em 06/08/2025 19:53
Um novo capítulo na política da Associação Atlética Ponte Preta começou a ser escrito nesta quarta-feira, com o anúncio oficial do grupo "Ponte Pode Mais". A iniciativa tem como objetivo primordial a formação de uma chapa robusta para disputar as próximas eleições do clube, agendadas para 20 de novembro.
O comunicado divulgado pelo grupo ressalta a insatisfação com a condução atual da administração. Nele, fica evidente a busca por uma nova direção para a instituição. "Como é do conhecimento de todos, teremos eleições na Ponte Preta no segundo semestre e o momento é de união de todo pontepretano que discorda do modelo e a forma de condução da atual administração do clube. Não estamos conformados com essa situação. Por isso, diferentes grupos políticos estão unidos e convergidos por uma única causa, o entendimento de que a Ponte Preta merece e pode muito mais. A chapa de oposição está entrando oficialmente em campo", declara a nota, marcando a entrada formal do movimento no cenário político alvinegro.
À frente deste novo coletivo estão figuras conhecidas do universo pontepretano: Eduardo Lacerda, que representou a chapa "DNA Pontepretano" no pleito anterior, em 2021, e Márcio Della Volpe, que já ocupou a cadeira da presidência do clube. A presença de Della Volpe no movimento é particularmente notável, sinalizando uma clara distância em relação a Sérgio Carnielli, dado o histórico de desavenças entre os dois.
Os Bastidores da Disputa pelo Comando Alvinegro
A relação entre Márcio Della Volpe e Sérgio Carnielli é complexa e remonta a anos. Della Volpe atuou como diretor de marketing na gestão de Carnielli entre 2009 e 2011. No final de 2011, assumiu a presidência da Macaca após uma decisão judicial impedir Carnielli de iniciar um novo mandato. Contudo, foi durante a própria gestão de Della Volpe que o rompimento definitivo entre eles se consolidou.
O ponto central do desentendimento foi a campanha da Copa Sul-Americana de 2013, na qual a Ponte Preta alcançou um notável vice-campeonato. Carnielli, à época, atribuiu a essa campanha a responsabilidade direta pelo rebaixamento da equipe no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, o que resultou em uma significativa perda de receita para o orçamento do clube. Apesar do atrito, Della Volpe ainda conduziu a Ponte ao acesso à elite nacional no ano seguinte, com o vice-campeonato da Série B, antes do término de seu mandato.
Posteriormente, em 2016, durante a gestão de Vanderlei Pereira, um aliado de Carnielli, Márcio Della Volpe foi expulso do Conselho Deliberativo. A justificativa para a medida foram "irregularidades na gestão", um episódio que aprofundou ainda mais a cisão política. Esse histórico explica o apoio de Della Volpe, na eleição passada, à chapa "MRP - Movimento Renascer Pontepretano", que levou Marco Antonio Eberlin à presidência para o quadriênio 2022-2025, encerrando um ciclo de 25 anos da influência de Sérgio Carnielli na política alvinegra.
O Caminho para a Urna: Regras Eleitorais da Ponte
Para que a chapa do grupo "Ponte Pode Mais" possa, de fato, concorrer nas próximas eleições, será necessário cumprir uma exigência estatutária fundamental: a coleta de assinaturas. O movimento precisará do aval de 150 conselheiros titulares e de 75 suplentes. É importante ressaltar que apenas as assinaturas de conselheiros contribuintes serão consideradas válidas para o processo.
O sistema eleitoral da Ponte Preta é indireto, o que significa que os sócios não votam diretamente no presidente. A escolha da cúpula diretiva do clube é feita pelos conselheiros. O processo se desenrola da seguinte forma:
Etapa | Detalhes |
---|---|
Formação da Chapa | Necessidade de 150 assinaturas de conselheiros titulares e 75 de suplentes. Apenas conselheiros contribuintes são válidos. |
Corpo Eleitoral | Composto por 150 conselheiros eleitos para o próximo quadriênio e 150 conselheiros natos. |
Cargos Escolhidos | Mesa do Conselho, Conselho Fiscal, e Presidente e Vices da Diretoria Executiva. |
Este cenário eleitoral complexo e o surgimento de uma nova frente de oposição prometem esquentar os debates e a movimentação política nos próximos meses no Estádio Moisés Lucarelli, à medida que a data do pleito se aproxima.
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