Técnico da Ponte em Risco: Julgamento no STJD Ameaça Presença no Dérbi 212

Às vésperas do aguardado Dérbi 212, um fator externo adiciona uma camada de apreensão ao já tenso confronto. O comandante técnico da Ponte Preta, Marcelo Fernandes, enfrenta um iminente julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta sexta-feira, um dia antes da bola rolar no Moisés Lucarelli. O desfecho dessa sessão pode significar a ausência do treinador no banco de reservas da Macaca, em um dos jogos mais importantes da temporada.

A situação remonta a um incidente ocorrido em julho, quando Fernandes ainda estava à frente do Guarani. Ele foi formalmente denunciado com base em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que tratam de condutas consideradas graves. O Artigo 258-B aborda a "invasão de local destinado à equipe de arbitragem ou o local da partida, prova ou equivalente, durante sua realização", preveendo uma suspensão de uma a três partidas. Mais severo, o Artigo 254-A trata de "praticar agressão física durante a partida", com uma pena que varia de quatro a doze jogos de afastamento.

O Caso Anápolis x Guarani e a Denúncia

O episódio que levou Marcelo Fernandes ao banco dos réus do STJD aconteceu durante a partida entre Anápolis e Guarani, válida pela primeira fase da Série C. A súmula do árbitro Marcello Ruda Neves Ramos da Costa detalha o momento da expulsão do técnico, aos 13 minutos do primeiro tempo, com a seguinte descrição:

?Marcelo Fernandes xingou o quarto árbitro e, quando se encaminhava ao vestiário, deu uma peitada no quarto árbitro, empurrando-o.?

Este incidente foi apenas um dos elementos de uma partida que, na época, ganhou notoriedade por um fato inusitado: o Anápolis chegou a atuar com doze jogadores em campo por alguns minutos, o que também resultou em uma análise do STJD. Contudo, o tribunal, em outra ocasião, já havia rejeitado o pedido para anular o jogo entre Anápolis e Guarani, mantendo o resultado original.

Implicações para o Dérbi e o Cenário Atual

Embora Marcelo Fernandes já tenha cumprido a suspensão automática decorrente do cartão vermelho recebido naquele confronto, a decisão a ser proferida nesta sexta-feira pode impor uma punição adicional. Caso a suspensão seja confirmada, ele estaria impedido de comandar a Ponte Preta à beira do campo no Dérbi 212, que ocorrerá neste sábado, às 17h.

O impacto de uma eventual ausência do treinador seria sentido em um momento de extrema importância para a Macaca e seu rival. A Ponte Preta , que já assegurou o acesso, lidera o Grupo C com 10 pontos e precisa de um empate simples para garantir sua vaga na grande final do campeonato. Por outro lado, o Guarani, com 7 pontos, depende exclusivamente de uma vitória no clássico para avançar. Um triunfo no Moisés Lucarelli não só o colocaria à frente do rival, como também eliminaria a necessidade de acompanhar o desfecho da partida entre Náutico e Brusque, que acontece simultaneamente nos Aflitos.

A tabela de classificação do Grupo C ilustra a disputa acirrada:

A decisão do STJD, portanto, não apenas definirá o futuro imediato de Marcelo Fernandes, mas também adicionará um elemento imprevisível a um dérbi que já promete ser memorável pela intensidade e pelas implicações diretas na disputa por uma vaga na final.