Ponte Preta Campeã: O Título Nacional que Quebra um Jejum de 125 Anos

A Associação Atlética Ponte Preta, em um momento que ficará eternamente gravado em sua rica história, sagrou-se campeã nacional pela primeira vez em 125 anos de existência. O feito foi consumado neste sábado, 25 de outubro, no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, com uma vitória convincente de 2 a 0 sobre o Londrina, assegurando o troféu da Série C do Campeonato Brasileiro.

Os gols decisivos, ambos no segundo tempo, foram anotados por Jonas Toró e Elvis, este último convertendo uma penalidade máxima. O palco da consagração recebeu um público de 14.623 entusiastas torcedores, gerando uma arrecadação de R$ 313.420,00, cifras que espelham a grandiosidade do evento.

A Macaca no Panteão Nacional: O Fim de Uma Longa Espera

Reconhecida como a segunda agremiação futebolística mais antiga do Brasil, superada apenas pelo Rio Grande-RS, a Ponte Preta sempre figurou entre os clubes de maior prestígio no cenário nacional. Contudo, apesar de sua longevidade e de um histórico de participações notáveis, a Macaca carregava o peso de nunca ter erguido uma taça de expressão nacional. Seu currículo, embora rico em grandes momentos, era marcado por uma série de segundos lugares e campanhas memoráveis sem o desfecho glorioso. Entre eles, destacam-se sete vice-campeonatos paulistas e um vice na Copa Sul-Americana, além de uma semifinal na elite do Campeonato Brasileiro, evidenciando uma persistente busca por um título de grande porte.

A seguir, um panorama de suas campanhas mais destacadas que, até então, não culminaram em título:

Ainda figurou como semifinalista na elite do Campeonato Brasileiro em outra ocasião, mas a conquista de um título expressivo permanecia como um anseio.

O Caminho para a Glória: A Crônica da Partida Decisiva

A etapa inicial do confronto revelou um equilíbrio tático, com ambas as equipes buscando a vantagem através de investidas pelo alto e arremates de longa distância. A oportunidade mais clara pertenceu ao Londrina, quando um cruzamento preciso encontrou Wallace em posição vantajosa, mas o defensor não conseguiu capitalizar, desferindo a bola por sobre a meta. Para a Ponte, um revés precoce: Bruno Lopes, peça fundamental no esquema tático, precisou ser substituído aos 13 minutos devido a uma lesão, um baque que exigiu adaptação imediata da equipe.

O segundo tempo, contudo, trouxe a explosão aguardada pelos adeptos alvinegros. Aos três minutos, Serginho orquestrou uma jogada pela esquerda, desferindo um cruzamento rasteiro que encontrou Jonas Toró na marca do pênalti. O atacante finalizou de primeira, e embora o chute não apresentasse grande força, a falha do goleiro Luiz Daniel, que permitiu que a bola passasse, abriu o placar para a Ponte Preta , que celebrava o 1 a 0.

A euforia se intensificou aos 27 minutos, quando Wallace derrubou Toró dentro da área. Inicialmente, o árbitro não assinalou a infração, mas a intervenção do VAR retificou a decisão, confirmando a penalidade. Elvis, com a frieza de um artilheiro, converteu a cobrança, expandindo a vantagem para 2 a 0. Imediatamente após o gol, uma série de desentendimentos generalizados interrompeu a partida por oito minutos. Ao final do episódio, Roger, técnico do Londrina, e o jogador Vanderlei foram expulsos. Dali em diante, restava apenas aguardar o apito final para a consagração.

A Consagração de Uma Era: Legado da Conquista Alvinegra

Esta conquista não representa apenas um título; ela simboliza a superação de um legado de quase-feitos, a concretização de um sonho acalentado por gerações de pontepretanos. A Série C de 2024 não é apenas uma taça na galeria do clube; é o marco que redefine a história da Ponte Preta , elevando-a ao patamar de campeã nacional e validando a resiliência e a paixão de sua torcida e de todos os envolvidos ao longo de 125 anos de dedicação ao futebol.